Por Marcelo Dutra da Silva - Ecólogo
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O ESG se mostra por toda parte e por onde se olha tem um debate se formando sobre as iniciativas das empresas e práticas mais adequadas de responsabilidade social e ambiental. O debate está nas redes, nos grupos de internet, nos jornais, na rádio e na TV. Definitivamente, o ESG está transformando a percepção das pessoas. E mesmos os mais céticos já reconhecem vantagens e avaliam maneiras de fazer parte. No entanto, a pergunta é inevitável: "como iniciar esta jornada na minha empresa?"

Os mais tradicionais e agarrados aos métodos convencionais do mercado vão considerar desnecessário mudar, pois sempre fizeram assim, sempre deu certo desta forma e nada os fará mudar. Verdade! A mudança que normalmente ocorre nestes casos é a falência por multas e/ou escândalos advindas de práticas ruins e ultrapassadas, que não são mais aceitas no mercado responsável. Portanto, seguir insistindo nos velhos conceitos poderá revelar-se um péssimo negócio. E vai!

Para dar início a jornada ESG, não é preciso ser uma empresa grande, tampouco moderna. O ESG é para todos e pode começar com iniciativas bem simples, desde que todos os passos façam parte do planejamento do negócio, o que significa ter objetivos e metas bem claras. A empresa precisa saber onde deseja chegar. Mas do que isso, precisa entender sua natureza, seus riscos materiais, adotar práticas que minimizem esses riscos e se auto monitorar, por meio de indicadores adequados.

O ESG é uma estratégia corporativa, de proteção do investimento. Mas que só alcança seu verdadeiro propósito quando se estende por toda a cadeia de valor. Ou seja, se a grande empresa adota melhores práticas de sustentabilidade ESG, este esforço somente ganha sentido quando todo o contexto de negócios faz o mesmo, garantindo o impacto positivo daquela grande organização e a efetiva proteção do capital e dos investimentos. E isso só acontece quando é estimulado entre todos que compõem a cadeia, sejam fornecedores de produtos e/ou serviços.

A decisão de adotar a estratégia ESG para o negócio pode ser o que define se o negócio vai continuar existindo em um futuro relativamente próximo. O cerco bancário das diretrizes e normas para créditos e seguros está se fechando. A cada ano, mais e mais compromissos internacionais são firmados por países e governos para cumprir objetivos comuns de descarbonização da economia (ambiental), justiça e inclusão no ambiente de trabalho (social) e controle absolto nas operações, ou seja, na gestão do negócio (governança). Sem dúvida, uma caminhada sem volta.

A jornada ESG começa no momento que a empresa decide reconhecer sua materialidade, seus riscos e oportunidades e o que vem fazendo para evitar os riscos e melhor aproveitar as oportunidades, nos eixos ESG. Não é algo tão difícil quando o gestor ou gestores do negócio realmente compreendem o significado do negócio que estão conduzindo e onde a organização se encaixa dentro da cadeia de fornecedores. Talvez a única parte difícil seja a de eleger as práticas e os indicadores para que o monitoramento seja constante. Medir é fundamental!

Portanto, se tens um negócio, tente entender que é a engrenagem de uma máquina maior que se chama mercado, organizada em setores, arranjos ou seguimentos, dos quais o teu negócio participa fornecendo e consumindo. Ter controle sobre isso e a noção da extensão disso é o verdadeiro exercício ESG do teu negócio, que pode começar pela economia e eficiência, atenção às Leis, tratamento justo e responsabilidade gerencial. Se isso já é feito, então comece a medir. Encontre os indicadores para mostrar, dê nome às práticas adotadas, as reconheça como componentes da política da organização e dê visibilidade. Não adianta buscar ser sustentável e ninguém saber.